sábado, 15 de junho de 2013

A Filosofia de Lost


Dica de leitura para quem quer matar a saudade de Lost, e para quem, além de fã da série, é um admirador da arte de pensar, um filósofo amador que não tem preconceito em libertar a mente e viajar nas possibilidades e questionamentos da vida. Para quem pensa dessa forma, o livro é um prato cheio, explorando os elementos filosóficos da série. Para aqueles que não são tão entusiastas assim da Filosofia, não se preocupe, pois, o livro não é um tratado de filosofia, ele é um bate-papo que percorre as diversas tramas contidas no seriado explorando as temáticas filosóficas. O livro é para o saudoso fã de Lost um delicioso guia para reviver a época dourada da série. Explorando diversos episódios relevantes para os debates filosóficos que são abordados em capítulos curtos e diretos facilitando a leitura para aqueles que não possuem conhecimento prévio sobre filosofia.

O livro não tem a pretensão de fornecer respostas para as perguntas que ficaram abertas em Lost. Você pode se decepcionar ao ler o livro esperando encontrar nele um gabarito para os mistérios. Mas é justamente este o mérito do livro, tornando-o livre. Ele foi escrito antes de a série terminar, mas isso não deixa os questionamentos fragilizados. Como o próprio livro diz Lost é uma série que torna o expectador criativo. E por este motivo que o seriado foi um sucesso mundial. Ao fim de cada episódio inúmeras perguntas surgiam em nossas mentes e corríamos para fóruns, blogs e amigos para discorrer, debater e criar teorias. Filosofia pura, meu amigo.        

Os nomes dos personagens da série são as primeiras referências filosóficas encontradas, como John Locke e Danielle Rousseau. No qual você poderia tentar buscar nesses nomes respostas para a trama ou comportamento dos personagens. Não achou que seria assim tão fácil? Esses nomes, como mostra o autor, são   falsas pistas para a busca das respostas. Os nomes não indicam o comportamento dos personagens, por exemplo. Os nomes indicam nada mais que a filosofia está presente em Lost e está presente de forma despretensiosa, irreverente e acessível. Já que ao colocar nomes de filósofos nos personagens os autores da série querem mostrar que todos podem ser  filósofos, assim como John Locke o fracassado que sofre assédio moral no trabalho por jogar RPG e sonha em viver uma aventura na selva. A série tira a filosofia do pedestal da erudição, aproximando do cidadão comum, torna-a para todos.

Cada capítulo aborda uma temática filosófica existente na série, o que torna o livro um ótimo guia para rever episódios com o olhar mais apurado depois de lê-lo. Temas como a tortura praticada por Sayid, a luta pela sobrevivência, a noção de pertencimento ao grupo são apresentados pelo autor através das óticas de diferentes filósofos que já buscaram compreende-los. Nesse momento o leitor não precisa se preocupar se não tem um prévio conhecimento filosófico, pois texto é muito leve, de fácil entendimento e com capítulos curtos com começo, meio e fim sobre cada temática.

Assim como a série o livro te faz pensar, não traz respostas. Uma coisa que aprendemos com a série - principalmente com o último episódio – é que muitas vezes os mistérios podem ser fascinantes, já as respostas decepcionantes. Como uma mágica que perde a graça ao ter um truque revelado. As perguntas nos movem, criam incômodos. Mas se eu tivesse que escolher um final para a série ficaria com a proposta do Stephen King presente no Livro.  

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